sábado, 16 de janeiro de 2010
Era uma vez na Turbina...
O ritual repetia-se todos os dias, pela estrada fora, eu e outros míudos de parcas roupas e toalha ao ombro, rolávamos uma câmara-de-ar de tractor, ziguezagueando pelo alcatrão derretido pela brasa da tarde.
Chegados à Ponte Velha, meio caminho estava percorrido. Lá embaixo, algumas lavadeiras cantavam acompanhadas pelo som forte, que já se fazia ouvir, da "enorme cascata" por que tanto ansiávamos. O atalho junto ao rio era coberto por uma densa vegetação e de quando em vez, pequenos répteis atravessavam-se à nossa frente ,dando a impressão que estávamos na "selva".
De repente surgia uma clareira e eis que o cenário mudava radicalmente. O barulho era ensurdecedor e o cheiro daquela terra húmida, mais o espírito do lugar, são recordações que guardo com saudade.
A tarde voava, não havia tempo para conversas ou sequer para algum lanche, apenas disfrutávamos o puro prazer da água e todas as brincadeiras a ela associadas.
Nada nos incomodava, não tinhamos hora marcada pelos pais, não havia telemóveis, ipods, cremes solares e outros que tais.
Só quando o sol se escondia e o cansaço nos vencia, é que rumávamos a casa. Ao outro dia, tudo de novo, o Verão era passado assim, aquele espaço era nosso, não havia Mar, apenas o rio, um pouco de selva e claro os "alfaiates".
Texto original de J. M.
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4 comentários:
Não vivi a Turbina com essa intensidade mas lembro-me, perfeitamente, de lá ir de vez em quando, quanto mais não fosse nos passeios da escola, onde punhamos os garrafoẽs de sumo para o lanche, amarrados e mergulhados na àgua corrente para se manterem fresquinhos. Que pena já não poder ser assim...
Obrigado pelo comentário Ana e tem razão na parte final, realmente já não se bebe tanto sumo...
Para mim é um mito ... apenas ouvia falar, pois a minha geração é pós auge da turbina ...
Seja como for marcou uma época!
para mim foi ver a minha prima nas covas a fazer sabemos lá o q!! sair das aulas faltar se necessário e mandar um mergulho junto á comporta. bom.... o melhor local de estarreja e bem aproveitado pela geração de 70/71/72
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